O sedentarismo está entre os maiores vilões da saúde pública. Não pode mais ser visto como algo inofensivo: trata-se de um inimigo invisível que contribui diretamente para o aumento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, câncer e doenças respiratórias crônicas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas doenças são responsáveis por 74% das mortes no mundo e mais da metade das mortes no Brasil.
Abril Verde: Um alerta coletivo sobre inatividade física
Para ampliar a conscientização sobre o impacto da inatividade física, os Conselhos Federais e Regionais de Educação Física organizam, pelo terceiro ano consecutivo, a campanha Abril Verde. A ação acontece durante todo o mês de abril, aproveitando datas-chave como o Dia Mundial da Atividade Física (6 de abril) e o Dia Mundial da Saúde (7 de abril).
O objetivo é claro: alertar a população sobre os riscos do sedentarismo e sua influência não apenas na saúde física e mental, mas também em aspectos sociais e econômicos.
Por que combater o sedentarismo é urgente?
O sedentarismo custa vidas e também dinheiro. Segundo um estudo da UFMG (2021), as internações relacionadas à inatividade física geram um custo de R$ 300 milhões anuais ao SUS.
A OMS também estima que, ao investir apenas 1 dólar por pessoa em políticas de promoção à saúde, é possível salvar até 7 milhões de vidas até 2030. Prevenir é mais barato, mais eficiente e salva vidas.
Dados que comprovam: quem se exercita adoece menos
A relação entre sedentarismo e doenças crônicas é clara. Em 2023, uma pesquisa do SESI mostrou que os problemas de saúde foram quase duas vezes mais frequentes entre pessoas sedentárias. Por outro lado, 72% das pessoas fisicamente ativas relataram melhora significativa na saúde no ano anterior ao estudo.
A desigualdade também adoece
Se os malefícios do sedentarismo são conhecidos, por que tantas pessoas permanecem inativas? A resposta passa pela desigualdade social, que impõe barreiras reais ao acesso a uma vida ativa. Fatores como classe social, gênero e escolaridade afetam diretamente a possibilidade de envolvimento com atividades físicas.
Como afirma o professor Claudio Boschi, presidente do CONFEF:
“É preciso enfrentar o sedentarismo considerando as dificuldades sociais que cada grupo enfrenta.”
Pensar em políticas públicas inclusivas é essencial para ampliar as oportunidades de acesso ao movimento.
O melhor remédio? Atividade física com orientação profissional
O sedentarismo já é considerado uma doença pela comunidade médica, tamanhos seus impactos negativos. E a solução está ao alcance de todos: praticar atividades físicas regularmente, sempre com a orientação de Profissionais de Educação Física.
O exercício não apenas previne e controla doenças crônicas, como também melhora significativamente a saúde mental, reduzindo os riscos de depressão, ansiedade e declínio cognitivo.
Referências e Fontes Consultadas:
- OMS (2022). Global Status Report on Physical Activity. Link
- SESI (2023). Pesquisa Nacional de Qualidade de Vida no Trabalho.
- Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estudo sobre custos do sedentarismo para o SUS (2021).
- CONFEF. Campanha Abril Verde. Disponível em: www.confef.org.br